Sento-me contigo
à beira do mar,
enquanto leio Kafka,
e colho, deste lírico pomar
de vozes ressonantes
e sombras de bronze,
um poema
que ofereço à presença
da marca ausente na areia
que aquece o instante
e que a alma incendeia…
Mergulho nas águas amigas
que abraçam o meu corpo,
numa entrega total,
e refresco-me na brisa
que te faz companheira
e me beija a pele,
enquanto o piar das gaivotas
se dilui em versos
e deságua na chama
do relevo da praia que se faz cama
permitindo o nosso serenar,
o olhar um no outro,
e, assim, residirmos os dois num só…
Espero a tua chegada,
enquanto a água não apagar os teus passos,
entre mim e o mar,
entre o ser e o estar,
e, mesmo sentindo que, não estando, aqui estás,
preenchendo a imensidão do meu Universo,
timidamente, construo o meu verso,
pedindo-te singelamente: “Não vás!...”
Autor: Vitor.C
Parabéns, belo poema!
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