terça-feira, 5 de outubro de 2010

POETA: Augusto dos Anjos - Agonia de um filósofo

Consulto o Phtah-Hotep. Leio o obsoleto

Rig-Veda. E, ante obras tais, me não consolo...

O Inconsciente me assombra e eu nele rolo

Com a eólica fúria do harmatã inquieto!



Assisto agora à morte de um inseto!...

Ah! todos os fenômenos do solo

Parecem realizar de pólo a pólo

O ideal do Anaximandro de Mileto!



No hierático areópago heterogêneo

Das idéias, percorro como um gênio

Desde a alma de Haeckel à alma cenobial!...



Rasgo dos mundos o velário espesso;

E em tudo igual a Goethe, reconheço

O império da substância universal!



Augusto dos Anjos

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