Não comerei da alface a verde pétala
Nem da cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as pastagens ás manadas
E a quem mais aprouver fazer dieta.
Cajus hei de chupar, mangas-espadas
Talvez pouco elegantes para um poeta
Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita no cromo das saladas.
Não nasci ruminante como os bois
Nem como os coelhos roedor; nasci
Omnívoro : deem-me feijão com arroz
E um bife, e queijo forte, e parati
E eu morrerei feliz, do coração
De ter vivido sem comer em vão.
Los Angeles, 1947
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