Quantos caminhos não fizemos juntos
Neruda, meu irmão, meu companheiro...
Mas este encontro súbito, entre muitos
Não foi ele o mais belo e verdadeiro?
Canto maior, canto menor -- dois cantos
Fazem-se agora ouvir sob o cruzeiro
Em seu recesso as cóleras e os prantos
Do homem chileno e do homem brasileiro
E o seu amor -- o amor que hoje encontramos...
Por isso, ao se tocarem nossos ramos
Celebro-te ainda além, Cantor Geral
Porque como eu, bicho pesado, voas
Mas mais alto e melhor do que céu entoas
Teu furioso canto material!
Atlântico sul. a caminho do rio, 1960
Nenhum comentário:
Postar um comentário