terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Poeta - Humberto Seriz - Natal


 
Espero por ti onde a claridade se detém
 
junto das estátuas de água
nas margens dos olhes e das aves
que buscam ainda a nossa respiração
 
que árvore indestrutível
a infância nos traz?
 
Crianças de idade indefinida brincam na lama
têm corpos luminosos e um olhar estival
 
procuram nas fendas
bruscos brilhos
breves brisas
e um lugar onde
existe a amizade
 
de longe
observo o vacilante ofício dos heróis
como resplandecem no ódio
e na volúpia da morte
 
franqueio a manhã
o punitivo peso das palavras
a excessiva voz e tateio a memória
como um cego a luz
 
rostos doem de tão ausentes
 
Dezembro é o mês
em que o silêncio mais sente.

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